A Organização Mundial de Saúde alertou para uma “super estirpe” de gonorreia que pode ser resistente aos antibióticos.
A doença sexualmente transmissível pode até tornar-se incurável, uma vez que as pessoas têm usado antibióticos durante a pandemia.
Embora a DST tenha sintomas, tais como dor ao urinar, um em cada dez homens infectados e quase metade das mulheres infectadas não apresentam quaisquer sintomas, de acordo com o NHS.
Se a gonorreia não for tratada pode levar a um aumento da transmissão do VIH e infecções oculares que podem resultar em cegueira.
Existem 90 milhões de casos de gonorreia no mundo todos os anos, um número que está a crescer de forma alarmante, em 17%.
Um porta-voz da OMS disse ao The Sun:
“O uso excessivo de antibióticos na comunidade pode contribuir para a manifestação de resistência antimicrobiana à gonorreia. A azitromicina – um antibiótico comum para tratar infecções respiratórias – foi utilizada para o tratamento COVID-19 no início da epidemia.”
Continuou:
“Durante a pandemia, os serviços de DSTs também foram interrompidos. Isto significa que mais casos não foram devidamente diagnosticados, com mais pessoas a automedicarem-se como resultado. Esta situação pode levar a uma resistência da gonorreia, incluindo super gonorreia ou gonorreia com um alto nível de resistência aos antibióticos que são usados para tratar a doença.”
Estirpes resistentes de gonorreia continuam a ser um desafio crítico para os esforços de prevenção e controlo de DSTs.
A DST é normalmente tratado com uma injeção de antibiótico e uma dose única de um comprimido antibiótico, que deve aliviar os sintomas dentro de poucos dias. Depois disso, é recomendado que a pessoa volte a fazer um consulta de revisão, para que se faça outro teste e se verifique que a pessoa está livre da infeção.
Até que seja claro que a infeção passou, todas as pessoas afetadas devem abster-se de sexo, disse o NHS.
Mais ou menos 3/4 dos pacientes admitidos em hospitais do Reino Unido por pneumonia causada pelo COVID receberam antibióticos, de acordo com um artigo da Cardiff University do Professor Philip Howard, presidente da British Society of Antimicrobial Chemotherapy. No entanto, menos de 1% daqueles que foram admitidos tinham a bactéria.
Outros estudos semelhantes revelaram que já foram receitados antibióticos a pessoas que não precisavam deles.
Kevin Cox, presidente da start-up do Reino Unido Biotaspheric Limited, expressou a sua preocupação em relação aos novos tratamentos que são necessários.
Disse ao The Sun:
“AS pessoas infetados com supergonorreia vão infetar outras pessoas e acelerar a resistência antimicrobiana. Precisamos urgentemente de novos tratamentos.”
A Dra.Hanan Balkhy, directora-geral adjunta da divisão de resistência antimicrobiana da OMS, disse:
“O ponto principal é que os antibióticos não devem ser prescritos, a menos que haja uma indicação médica clara para os mesmos.”