Os dados científicos que por vezes nos são fornecidos na internet têm de ser encarados com alguma relatividade, uma vez que as pessoas tendem a mentir com bastante frequência.
É certo que as pessoas nem sempre dizem toda a verdade, especialmente sobre tópicos que as possam deixar mais desconfortáveis ou que são culturalmente tabu. Um dos mais óbvios é o sexo, onde a “normalidade” é um conceito desfocado. Mas de vez em quando surge um estudo científico que lança alguma luz sobre a questão de como nos relacionamos com sexo oposto e connosco próprios.
Estudo revela que as pessoas inteligentes masturbam-se de forma mais habitual
Uma investigação recente levada a cabo nos Estados Unidos revelou uma curiosa correlação entre duas variáveis: o nível de educação de uma pessoa e a frequência da masturbação, tendo concluído que são as pessoas com níveis de educação mais elevados que tendem a masturbar-se com mais frequência.
Este interessante e controverso estudo foi realizado pela Escola Nacional de Saúde e Comportamento Sexual liderada pela psicóloga de comportamento sexual Debby Herbenick, uma das principais investigadoras do Instituto Kinsey nos Estados Unidos da América. Ela liderou esta investigação, que permitiu concluir que as pessoas com um nível académico mais elevado tendem a masturbar-se com mais frequência.
De acordo com o escritor científico catalão Pere Estupinyà no seu livro S=EX2, a pesquisa foi inteiramente financiada por uma conhecida empresa de preservativos, e consistiu em inquirir um total de 6.000 cidadãos norte-americanos entre os 14 e 90 anos de idade, rigorosamente seleccionados, com um extenso acompanhamento dos participantes, sendo este um dos estudos mais completos sobre a forma como os seres humanos nas sociedades actuais experimentam o sexo.
Os dados e resultados destes inquéritos têm sido objecto de muita atenção. De acordo com os resultados do inquérito, 71,5% das mulheres com idades compreendidas entre os 25 e 29 anos admitem ter-se masturbado no último ano. Um valor mais modesto de 46,5% das mulheres com idades compreendidas entre os 60 e os 69 anos dizem tê-lo feito nos últimos 365 dias.
Se nos deslocarmos para grupos etários ligeiramente mais velhos, tais como pessoas com mais de 70 anos, o estudo relatou que 33% dizem ter-se masturbado no último ano; um número bastante elevado se tivermos em conta a crença popular de que o sexo não está presente na vida das pessoas mais velhas.
Parece que as pessoas com mais educação académica são mais susceptíveis de se envolverem no onanismo
Outras conclusões do estudo foram, por exemplo, a correlação entre o nível académico com a frequência da masturbação. Como se pode ler, parece haver uma tendência de que quanto mais elevado for o nível de educação, mais frequentemente os indivíduos se masturbam.
Por outro lado, o inquérito também mostrou que 25% dos homens e apenas 5% das mulheres confessaram ter consultado conteúdos pornográficos na internet durante o último mês. Outro facto interessante, que tem a ver com a protecção nas relações sexuais, é que 28% dos homens dizem ter perdido a sua erecção quando estavam prestes a colocar um preservativo em pelo menos um dos seus últimos três encontros sexuais.