A desinformação através das redes sociais, o medo dos efeitos secundários e o baixo nível de educação estão a fazer com que as pessoas no Paquistão não queiram ser vacinadas contra a COVID-19, pelo que o governo se viu obrigado a tomar medidas mais rigorosas.
O país é o lar de 220 milhões de pessoas e apesar de vacinas contra o vírus da SARAS-CoV-2, que causa o coronavírus, já estarem disponíveis, apenas 10.5 milhões de pessoas receberam a vacina. A verdade é que este baixo número não se deve a uma falta de doses, mas sim porque as pessoas não estão a ser vacinadas.
Embora haja um registo de que a pandemia do coronavírus tenha matado 21.500 pessoas no Paquistão, as pessoas não querem ser vacinadas. Parece haver uma grande preocupação sobre os efeitos secundários da imunização. Para além disso, há várias campanhas anti-vacinas que afirmam que as fórmulas causam infertilidade. Os mais alarmistas dizem que as pessoas alegadamente morrem dois anos após a injecção.
O governo tentou dissuadir as pessoas, tendo aberto salas de cinema, salas de eventos e templos, e aliviando as restrições a restaurantes e empresas se as pessoas fossem vacinadas. Na província de Punjab, na cidade de Lahore, querem que pelo menos 20% da sua população seja vacinada.
Infelizmente, estas promessas não estão a funcionar e agora o governo está a considerar seriamente uma acção mais dura. Segundo o porta-voz dos serviços de saúde do Punjab, Hamad Raza, eles estão em conversações com a agência estatal de telecomunicações para suspender os serviços telefónicos àqueles que não queiram ser vacinados.
Por lá, querem combater a desinformação e promover campanhas de vacinação ao cortar o serviço telefónico às pessoas, pelo menos até serem vacinadas. Isto não foi, obviamente, uma boa notícia para a população, mas ainda há pessoas que preferem passar sem telemóvel do que ser vacinadas. O nível de desconfiança chegou a este ponto.
Segundo o presidente da Associação dos Jovens Médicos no Paquistão, Salman Haseb, o nível de educação no Paquistão é muito baixo e muitas pessoas acreditam que rumores e desinformação têm vindo a circular através de meios informais.
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