Discute-se muito sobre se o comportamento humano é simplesmente um reflexo da educação que recebemos ou se temos algumas condutas inatas que nos acompanham desde o momento do nosso nascimento.
Esta história é sobre gémeos que foram separados à nascença e que, para além de emotiva e surpreendente, mostra-nos que nem tudo depende necessariamente da forma com que somos educados.
James Lewis foi adotado quando tinha apenas 3 semanas de vida e levava uma vida normal, até que aos 39 anos de idade se lembrou que em algum momento, a sua mãe adotiva havia mencionado “um outro bebé”, pelo que ele começou a pensar que talvez tivesse um irmão.
Foi procurar pelo registo do seu processo de adoção e descobriu que uma mulher de apelido Springer havia adotado o seu irmão gémeo, James Springer.
Lewis vivia em Lima, Ohio e Springer em Piqua, mas nunca haviam tido contacto, nem sabiam da existência um do outro. E é aqui que isto fica incrível, porque para além das parecenças físicas, eles têm um coeficiente intelectual muito similar e concordam até em opiniões políticas.
Mas as coisas não ficam por aqui…
Ambos foram separados com três semanas de idade e Lewis recorda que em miúdo, tinha um cão chamado Toy, sendo que escola, as suas disciplinas favoritas eram matemática e o atelier de carpintaria. Ao alcançar a idade adulta, casou-se com uma mulher de nome Linda, com a qual se divorciou mais tarde, tendo voltado a casa com uma outra mulher chamada Betty, com quem teve um filho – James Allan Lewis. Durante a sua vida, trabalhou como segurança, tem um Chevrolet e é fumador.
Já Springer, recordou que quando era criança também tinha um cão chamado Toy e que as suas disciplinas favoritas na escola eram matemática… e o atelier de carpintaria. Mas calma! Ele também se casou e divorciou de uma mulher chamada Linda e depois voltou a casar com uma mulher chamada Betty. O nome do filho que tiveram? James Allan Springer. Não, não copiámos o parágrafo anterior nem houve enganos – as suas vidas eram muito, muito idênticas!
Como se não bastasse, Springer também comentou que trabalhou como guarda numa oficina e também gostava muito de fumar, sendo que também conduzia um Chevrolet. No momento em que se conheceram, ambos disseram que sofriam com as mesmas dores de cabeça, roíam os dois as unhas, fumam a mesma marca de cigarros e todos os anos passam as férias na mesma praia da Florida.
Isto chegou aos ouvidos de Thomas Bouchard e à sua equipa da Universidade de Minnesota, que desenvolveram uma ampla investigação sobre eles desde 1979, precisamente para descobrir se esta conduta tinha que ver com a educação ou se existiam outros fatores envolvidos.
Eles foram estudados durante mais de 20 anos e o estudo evidenciou o papel que os genes têm na conduta, sendo que eles foram muito responsáveis por todos estes acasos.