Um torpedo nuclear testado por militares russos está a causar preocupação entre as autoridades ocidentais já que pode causar tsunamis radioativos que atingem cidades ao longo da costa dos Estados Unidos.
Descrito como uma “super arma”, o torpedo Poseidon 2M39 é um dos dispositivos que estão atualmente a ser testados pelas autoridades russas, que acumularam uma enorme presença militar no Ártico.
Uma ‘etapa-chave’ de teste para o torpedo já teria ocorrido, o que levou o presidente russo, Vladimir Putin, a solicitar ao ministro da defesa, Sergei Shoigu, uma atualização sobre o progresso em Fevereiro.
Alimentado por um reator nuclear, o torpedo tem como objetivo ‘entregar uma ogiva de múltiplas megatoneladas’, de acordo com as autoridades russas citadas pela CNN.
A arma foi dimensionada para ter 20 metros de comprimento e foi projetada para passar furtivamente pelas defesas costeiras e causar ondas radioativas que tornariam as áreas afetadas inabitáveis por várias décadas, de um modo semelhante à explosão nuclear de Chernobyl que forçou os residentes a evacuar e abandonar a área.
Outros testes estão programados para ocorrer este ano, e as autoridades ocidentais expressaram as suas preocupações sobre o que o desenvolvimento da arma pode significar para os seus países, com Christopher A. Ford, secretário de Estado assistente para Segurança Internacional e Não Proliferação, a dizer em Novembro que poderia ‘inundar as cidades costeiras dos Estados Unidos com tsunamis radioativos’.
Embora a arma possa parecer que pertence a um filme de desastre, os especialistas dizem que é “muito real”.
O vice-almirante Nils Andreas Stensønes, chefe da inteligência norueguesa, disse à CNN que a sua agência determinou que o torpedo é “parte do novo tipo de armas nucleares de dissuasão”.
Stensønes reconheceu que a arma está em fase de teste, mas acrescentou: “É um sistema estratégico e visa alvos… e tem uma influência muito além da região em que está a ser testada atualmente.”
Na segunda-feira, 5 de Abril, o Pentágono garantiu que estava a monotorizar “de muito perto” os relatórios das atividades militares russas e da construção de infraestrutura no Ártico.
Num briefing, o secretário de imprensa do Pentágono, John F. Kirby, disse que não entraria em “avaliações de inteligência específicas”, mas que as autoridades estavam “obviamente” a observar a situação.
Ele acrescentou: ‘Tal como disse, temos interesses de segurança nacional que sabemos… precisamos de proteger e defender. E como disse, ninguém está interessado em ver a militarização do Ártico.’
No mesmo dia, a agência de notícias da Rússia, RIA Novosti, citou uma fonte que disse que os testes de um submarino desenvolvido especificamente para ser armado com o torpedo seriam concluídos em Setembro.