A Suíça decidiu proibir as mulheres muçulmanas de usarem burca em locais públicos, seguindo o exemplo da França, Bélgica e Áustria.
Depois de vários anos de discussão, os resultados em referendo do dia 7 de Março mostram que a votação obteve uma estreita maioria de 51%.
Segundo esta proposta, as pessoas na Suíça já não poderão cobrir completamente o seu rosto enquanto estiverem em público, seja num centro comercial ou no campo. Haverá algumas exceções a esta regra, incluindo locais de culto.
Os revestimentos faciais utilizados para fins de saúde e segurança estariam também isentos desta legislação, o que significa que as máscaras faciais utilizadas para proteger contra a propagação do coronavírus, continuarão a ser permitidas, de acordo com o The Guardian.
Embora a proposta não mencione explicitamente a burca ou niqab, é evidente que a proibição diz respeito aos véus faciais islâmicos usados por algumas mulheres que seguem a fé muçulmana.
O Partido Popular Suíço – um partido de direita e populista que é também a fação líder no parlamento – expressou um forte apoio a esta proibição.
Um dos cartazes de campanha do Partido Popular Suíço retrata a caricatura de uma mulher com um niqab, com a mensagem “Stop Islamic Radicalism” (Parem o Radicalismo Islâmico).
O parlamento suíço, bem como o conselho executivo de sete membros que constitui o governo federal do país, opõem-se alegadamente à proposta aprovada em referendo, argumentando que véus faciais completos representam um “fenómeno marginalizado”.
Em vez disso, estes órgãos propuseram uma iniciativa em que as pessoas seriam forçadas a retirar os seus véus faciais quando tivessem de confirmar a sua identidade perante as autoridades.
Um estudo recente da Universidade de Lucerna afirma que o número de mulheres na Suíça que usam niqabs se situa entre 21 e 37. Não foi encontrada qualquer evidência de mulheres que usassem o burca.
Os muçulmanos constituem cerca de 5% da população suíça. Isto equivale a cerca de 390.000 num total de 8,6 milhões.